Os pedais de Fuzz que todo guitarrista deve conhecer
Pedais de Fuzz
Por Jorge Lopes
Se você, assim como eu, é um guitarrista com profundas raízes no Rock dos anos 60 e 70, certamente você já ouviu clássicos como Whole lotta love, Satisfaction, Revolution, Purple Haze, Money entre muitas outras. E você sabe o que esses clássicos tem em comum? Não? Sim? Acertou quem disse que em todas elas, os pedais de Fuzz são os responsáveis por esses timbres distorcidos.
Hoje falaremos um pouco sobre quatro clássicos pedais de Fuzz, que fizeram o rock muito melhor depois que apareceram com sua agressividade, dinâmica e sustain. Take a look!
1. Maestro Fuzz Tone

Sobre esse senhor nós já falamos anteriormente aqui. Trata-se nada mais nada menos de um dos avôs dos pedais de Fuzz. É dele o timbre absolutamente inconfundível da introdução do “I Can’t Get (No Satisfaction)”. A patente desse pedal até hoje pertence à Gibson, que o adquiriu ainda na década de 70. Possivelmente também veio dessa máquina o timbraço que podemos escutar na introdução da clássica “Revolution” dos Beatles. Com sua distorção rasgada, o Fuzz Tone nasceu de um circuito defeituoso e a partir disso alavancou uma demanda crescente que tornou-se imensa em muito pouco tempo. Originou outros vários pedais do mesmo segmento como o Tone Bender que veremos adiante e deu uma nova possibilidade aos guitarristas naquele momento.Podemos dizer seguramente que o Maestro Fuzz Tone foi responsável por abrir as portas do Rock ‘n’ Roll para o que viria em termos de distorção, e, como bem sabemos não foi pouca coisa daí pra frente.
2. Tone Bender

O Fuzz Tone apresentava desde o seu lançamento vários pontos em que podia ser melhorado, afinal, como bem sabemos, nós guitarristas nunca estamos totalmente satisfeitos. A partir desse preceito, partiu-se a procura da evolução desse já clássico Fuzz Pedal. E foi da que veio o Tone Bender que, de cara, tornou-se um clássico. Para se ter uma ideia, esse pedal figurou por muitos anos no set de feras como o Pete Townshend, Jeff Beck, Beatles, Jimi Page, entre outros. Foi, desde o início, pensado para ter mais ganho e volume do que o seu predecessor. E assim foi. Desde a sua primeira versão o Tone Bender apresentava o dobro do volume do Fuzz Tone e também mais saturação final. O que resultava em um Fuzz mais agressivo que agradou ainda mais o rockeiros da época. Foi um dos pedais mais usados pelas bandas de Rock da invasão britânica (British invasion).
A Vox também lançou posteriormente a sua versão do Tone Bender e continuou o produzindo por bastante tempo o tornando bastante famoso.
3. Big Muff
Depois de passar alguns anos vendendo um drive de ganho médio, a Electro-Harmonix saiu a procura de uma distorção mais agressiva e com um enorme sustain. E nas palavras do próprio fundador da empresa “Após passar alguns vários dias trocando e testando capacitores para conseguir diminuir um pouco o ruido” ele chegou ao que seria a versão final do clássico Big Muff! Diferente da maioria dos pedais tradicionais de Fuzz, o Big Muff traz um circuito com quatro transistores, onde o último compensa a perda de sinal causado pelo Tone Stack (nota: todo tone stack passivo causa perda de sinal). Com isso, ele tem um estágio de boost no inicio e os dois transistores do “meio” apenas clipando e criando esse fuzz agressivo que ja estamos acostumados. É muito Rock ‘n’ Roll! Tanto que pegou e encantou caras como o David Gilmour, o Pete Townshend (denovo!), Santana, Jack White, entre vários e vários outros. Em certos quesitos ele divide opiniões, como na capacidade de usá-lo em acordes, pois muitos acham que o som torna-se embolado, no entanto podemos ver que essa característica é totalmente dependente da guitarra e amplificadores usados, não é mesmo Mr. Gimlour? 🙂
4. Fuzz Face
Podemos afirmar sem medo de de errar que o Fuzz Face é o mais clássico, famoso e cultuado pedal de Fuzz da história. Imortalizado nas mãos de Jimi Hendrix, tornou-se o principal simbolo dessa categoria de efeitos e é tão marcante no que diz respeito ao Rock dos anos 60 e 70. Sua história começa sob o nome de Dallas Arbiter Fuzz para só mais tarde assumir o nome com que ficou mundialmente famoso, Fuzz Face. Desde o principio era uma unidade simples cuja distorção vinha de um par de transistores de germânio. Àquela altura, os componentes não tinham o mesmo nível de precisão com o qual estamos acostumados hoje e, por conta disso, tornava-se muito comum (não somente com o Fuzz Face) que artistas testassem vários pedais do mesmo modelo até encontrar aquele que melhor soasse aos seus ouvidos. Acrescente a isso o fato de, naquela época, o Fuzz Face ser fabricado usando transistores de germânio que são naturalmente muito sensíveis inclusive ao calor, fazendo que com que, a qualquer alteração de temperatura do ambiente assim com de operação do pedal (com baterias velhas por exemplo) o pedal soasse bastante diferente.
As últimas unidades produzidas à época e mesmo as que estão sendo produzidas hoje pela Dunlop, são produzidas usando Transistores de Sílicio que são bem mais estáveis do que os de Germânio. No entanto esses transistores tem um som um pouco mais seco, agudo e agressivo. Vários são os grandes guitarristas que, ao longo do tempo usaram essa máquina. Como já dissemos, ficou mundialmente famoso com o Jimi Hendrix, mas também foi usado pelo Gilmour por algum tempo, pelo Eric Johnson e muitos outros.
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Essa foi só um papo breve sobre esses quatro clássicos. Acredito que todo guitarrista de Rock que se preze deva saber bastante sobre pedais de Fuzz e sobre como usá-los. Além do mais, é muito comum que aconteçam problemas quando usamos pedais de Fuzz junto com Wah Wah e isso já discutimos anteriormente, deem uma olhada. Comentem e contem pra gente as suas histórias com os seus pedais de Fuzz ai! Quem seria o quinto nessa lista??
Abraços. Jorge