Analógico e Digital – Existe um melhor?
Veja como avaliar e escolher o melhor equipamento na disputa entre analógico e digital.
Se você não viveu os últimos anos escondido em uma caverna, certamente você já passou por alguma discussão onde o debate era a respeito qual é melhor: Analógico ou Digital??
Desde que os equipamentos analógicos apareceram em grande escala no final da década de 70 juntamente com a popularização dos amplificadores transistorizados essa discussão se tornou um assunto comum em qualquer roda de guitarristas.
Mas existe um padrão interessante.
Sempre existe uma tendência da maioria de dizer que os analógicos são melhores, o som é mais quente, a distorção é mais legal, o Delay é imbatível, etc etc…
Levando em conta a velocidade com que os efeitos e simulações digitais estão evoluindo, por quanto tempo você acha que essas conclusões continuarão a ser verdade?
Não sei.
Mas hoje é dia de falar um pouco sobre os dois tipos de equipamentos e ver como podemos aproveitar o que eles tem de melhor para nos oferecer.
Diferenças básicas
Basicamente a diferença básica entre analógico e digital está na maneira como o sinal é gerado e como cada uma das tecnologias tratam o sinal. Um pouco de engenharia:
O sinal analógico pode variar a sua amplitude sem restrições, o que possibilita a construção de curvas (sinais) mais suaves, vindo daí a fama quanto à fidelidade que o Analógico é capaz de oferecer.
Já o sinal digital trabalha através de amostragens de sinal. Através dessa amostragem o sinal analógico atinge o valor da amostra. Sendo assim, quanto maior a quantidade de amostra mais aproximado é o sinal digital de um analógico.
Ao longo dos anos, com as evoluções tecnológicas conseguidas pelos novos equipamentos os resultados conseguidos com equipamentos digitais tem fornecido sinais muito aproximados aos sinais analógicos a ponto de, em muitos casos a diferença ser impossível de ser percebida sem que usemos equipamentos de alta precisão.
O que eu posso dizer é que equipamentos modernos tem taxas de amostragem gigantescas!
Com a evolução que vemos hoje em dia podemos dizer que em muitos casos a diferença entre o resultado obtido com um equipamento digital e um analógico é basicamente inexistente.
Apesar disso, a cultura de que o analógico é sempre melhor ainda impera no meio dos guitarristas e, muitas vezes impede que a gente aproveite o que há de melhor à nossa disposição.
Convivendo com os dois mundos
Como em muitos outros mercados, existem inúmeros fatores que entram em jogo quando nós guitarristas estamos escolhendo novos equipamentos e/ou avaliando um equipamento até então desconhecido.
No entanto o que tenho visto ultimamente acontecer mais e mais são situações onde determinados conceitos (analógico supostamente ser melhor que digital), a aparência ou outros detalhes irrelevantes terem um peso maior em algumas escolhas do que outros fatores que eu considero muito mais importantes, como por exemplo o timbre e o resultado sonoro de um equipamento.
Com a alta qualidade tanto dos equipamentos analógicos quanto dos equipamentos digitais que temos hoje em dia, seria muita inocência de nossa parte escolher um pedal, por exemplo, e usar como fator decisivo a tecnologia sobre a qual ele foi desenvolvido e não unicamente o timbre e a durabilidade dele como equipamento.
Felizmente já temos muitos bons exemplos de como os digitais e analógicos podem conviver sem nenhum problema. Ou você vai me dizer que não concorda que guitarristas como The Edge ou John Frusciante não tem bons timbres?
Como decidir entre analógico ou digital
É nessa hora que a coisa pode começar a complicar. Quando colocamos lado a lado equipamentos analógicos e digitais existem algumas características que temos que levar em conta.
Normalmente a disponibilidade de recursos vai variar conforme a tecnologia dos equipamentos, por exemplo; dificilmente você encontrará Tap tempo ou presets em um pedal totalmente analógico.
Então o primeiro passo é decidir quais os recursos são essenciais para você no equipamento que você busca.
Decidido isso é preciso levar em conta a questão da durabilidade do equipamento. Relacionado a isso normalmente temos a questão preço e marca. Algumas marcas hoje se tornaram sinônimos de durabilidade e robustez (ex. Boss).
Esse fator é especialmente importante pois de nada adianta encontrarmos um bom equipamento, com bom timbre mas que vai falhar em um ou dois anos nos deixando na mão.
Segundo passo descartar todas as marcas que não tem um histórico de robustez e durabilidade.
Os dois primeiros passos servem apenas para afunilar um pouco as opções, pois é na terceira etapa que vamos realmente decidir qual a melhor escolha para a nossa necessidade. Tendo em mente sempre o que é essencial vamos a procura do Timbre que precisamos.
Sendo assim o terceiro passo é selecionar e comparar as opções restantes levando em conta apenas o timbre final que você conseguirá.
O Timbre! Esse fator é o mais determinante de todos na escolha de qualquer equipamento.
Sim, o timbre é muito mais importante do que o fato de ser analógico ou digital, de ser true bypass ou não, de ter transistores casados ou não, etc etc etc.
Concluindo…como se decidir entre analógico e digital:
Resumindo então, os três passos para se decidir entre um equipamento analógico e digital são:
- Decidir quais são os recursos e funções essenciais que você precisa no seu novo equipamento
- Eliminar todas as opções que não tenham um bom histórico de durabilidade e robustez.
- Escolher aquele que oferecer o melhor timbre e usabilidade para você independente da tecnologia que utiliza.
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Mas agora é a sua vez; me conte ai nos comentários o que você acha a respeito da disputa entre analógico e digital.
Um abraço.
Jorge