Você usa bem o controle de volume da sua guitarra?
Uma discussão sobre o controle de volume. O recurso menos utilizado pelos guitarristas
Por Jorge Lopes que simplesmente ama os controles de volume das suas guitarras!
Não sei quanto a vocês, mas eu passei anos e anos subestimando a valor do controle de volume da minha guitarra. Por anos, eu sempre toquei com o volume no máximo, controles de tonalidade no máximo e tudo mais. Quando queria controlar a dinâmica era tudo feito na mão, além disso tudo, eu ficava irritado se tivesse de usar o controle por algum motivo qualquer.
Conversando com vários amigos guitarristas eu cheguei a conclusão que isso é na verdade um vício que, na minha opinião, é devido à popularidade de amplificadores transistorizados. Não entendeu? Eu explico:
O amplificador transistorizado pra guitarra é basicamente (preste bem atenção no ‘basicamente’) um amplificador Hi-Fi, então não importa exatamente o que você tocar nele, ele vai amplificar e vai amplificar linearmente, ou seja, ele não vai distorcer, dar um crunch ou um drive se você injetar um pouco mais de sinal nele, tampouco vai ficar mais suave se você diminuir o sinal. Isso, na minha opinião, ao longo do tempo nos fez perder essa sensibilidade quanto ao volume da guitarra.

No entanto, hoje em dia, os amplificadores valvulados estão voltando à cena, com vários fabricantes fazendo amplificadores fantásticos, inclusive com algumas empresas brasileiras mandando muito bem além de muitos amplificadores de menor porte disponíveis a bons preços, com isso, a gente pode voltar a aproveitar esse recurso maravilhoso. Sim, hoje eu adoro o potenciômetro de volume das minhas guitarras!
Todo amplificador valvulado e qualquer pedal de drive, distortion ou fuzz bem projetado é bastante dinâmico quanto ao sinal de entrada. Isso mostra que o pedal realmente respeita a característica do instrumento e do instrumentista, sendo assim, a dinâmica é quem mais ganha quando você começa a fazer um bom uso dos controles de volume das suas guitarras.
Controle de volume é principalmente a respeito da dinâmica!
1 – Vamos ao primeiro cenário:
Guitarra plugada direto em um pedal de Fuzz. Controles de volume e fuzz em três horas (wow!) e agora você não quer solar mas sim fazer uma base mais tranquila. E agora, o que fazer?
– Não, você não vai se abaixar correndo no palco e diminuir a saturação, muito menos desligar o pedal. Você ainda quer um pouco de crunch dele. O que você faz? Simplesmente diminui o volume da guitarra e, se quiser um pouco mais de controle, diminua um pouco do controle de tone. O que acha do resultado? Vamos ver:
Sample com fuzz em breve! 🙂
Sample com SD-1 Stock e Fender Stratocaster: (Todas as variações feitas apenas no controle de volume da guitarra)
Ah, e é claro que você pode e deve fazer o contrário. Começar suave, com o controle de volume bem contido e daí, na hora do solo, entrar matador abrindo o controle todo.
2 – Segundo cenário
Você ta lá, com a guitarra plugada no seu valvulado, ou em um bom pedal de drive, rolando aquele crunch numa parte mais agitada da música, mas a próxima parte e bem mais limpa, o que você faz?
Querem samples nesse também? No áudio acima tem!
– Não, não precisa desligar o pedal e muito menos diminuir o ganho do amplificador. Deixa tudo como está. Dê uma boa reduzida no volume da guitarra (a quantidade depende muito da saída dos seus captadores) e vê se você consegue o timbre esperado. Se você for pra uma parte com um Chorus, Phaser ou Delay, a pequena sobra de drive que ficar vai somar de maneira fantástica com o restante do seu timbre.
Perai, quando eu diminuo o volume eu perco muitos agudos e isso tá me incomodando!
3 – Treble Bleed
A perda de agudos é um caso muito comum quando diminuimos o volume de saída da guitarra. De fato isso não deveria ocorrer quando alteramos só o volume, no entanto existem guitarristas que usam isso ao seu favor. Por exemplo Jimmy Vaughan raramente usa o controle de volume totalmente aberto por achar a strato nessa configuração muito estridente, sendo assim ele controla o volume pra ter ja esse pequena perda.

Mas se você acha isso realmente um saco e quer que o controle de volume controle apenas o volume existe uma boa solução que, inclusive já foi detalhada por aqui, o Treble Bleed. Quando executado de maneira correta e usando bons componentes poderemos ver como resultado o controle de volume atuando apenas no volume. E um detalhe importante, essa modificação na altera em nada a resposta dinâmica descrita nos itens anteriores.
A melhor aplicação do Treble Bleed deve ser avaliada de acordo com o timbre de cada guitarra e também com o som procurado pelo instrumentista. Essas duas informações formam a base para que o resultado seja exatamente o esperado.
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E ai galera, como vocês costumam usar o controle de volume das suas guitarras? Usam em outras situações que não foram faladas aqui? Compartilha ai com a gente!
Espero que tenham gostado.
Um abraço e um feliz 2013 cheio de muito Rock ‘n’ Roll pra todos vocês!