Algumas razões pelas quais o meu pedal de Fuzz é o Black Dog da Django
Por Jorge Lopes. Sem um bom pedal de Fuzz meu timbre não existe!
Muita gente passa por aqui no Máquinas de Música e pergunta a respeito dos vários pedais de Fuzz que tem por ai no mercado, sobre qual a minha opinião sobre determinados modelos e também sobre qual eu uso. Ao longo dos últimos anos, eu tive a feliz oportunidade de testar muitos pedais de Fuzz diferentes, desde o mais vintage até alguns mais modernos e essa foi uma experiência fantástica para desenvolver a sensibilidade para avaliar cada um desses modelos desse efeito tão peculiar.
Hoje eu posso afirmar com certeza que o Fuzz é um efeito que não sai do meu set já a algum tempo. A versatilidade desse efeito (apesar de vários músicos afirmarem que não é um efeito versátil), faz com que hoje, seja pra mim um pedal insubstituível para o som que eu costumo fazer. O sustain, o Crunch e principalmente a dinâmica (absurda de grande) que consigo com o controle de volume, faz com que o Fuzz seja um dos meus efeitos mais usados.

Então, se você é como eu e curte demais a vibe e timbre dos pedais de fuzz esse texto é excelente pra te ajudar a entender melhor quais foram os critérios que usei na hora de determinar o que seria pra mim o pedal de Fuzz ideal!
Parte 1 – O Timbre e a influência
Primeiro vieram as necessidades de timbre e também as minhas influências. Como eu já comentei aqui no site anteriormente, é extremamente importante que tenhamos uma ideia muito clara de qual é o timbre que a gente procura pra evitarmos qualquer tipo de decepção vinda da compra de um equipamento inadequado.
Então a partir disso eu fui dar uma olhada em tudo que me influenciou em termos de guitarra; os grandes guitarristas que sempre curti, quem são as bandas que mais ouvi e mais me despertam a vontade de tocar e quais os timbres que mais me deixam louco! Esse foi o primeiro passo que já me deu uma direção muito clara.
Eu percebi que eu curtia muito o Sustain do Gilmour mas ao mesmo tempo eu era fascinado pelo som sujo do Hendrix, isso tudo se perder em nada a dinâmica com o controle de volume. Era imprescindível pra mim poder limpar o som apenas no controle de volume ou na pegada. Então tinha que ser algo que atendesse em algum nível a essas duas necessidades. Eu queria algo que fosse sujo mas que fosse bastante focado! Muito focado mesmo! O que eu buscava era um Fuzz que fosse capaz de se impor em single notes e que não ficasse embolado em acordes. Adicionalmente eu queria algo que casasse muito bem com Humbuckers pra fazer um som com timbre semelhante ao que o Black keys tira. Algo pesado, focado e sujo. A graça dos Humbuckers!
Parte 2 – Existe esse pedal de Fuzz no mercado e vale a pena?
Se você, assim como eu, costuma acompanhar o movimento do mercado de Pedais, deve ter visto que atualmente, principalmente o mercado brasileiro está abarrotado de opções dos mais variados preços e acabamentos, certo? O grande problema é que de originalidade o mercado ainda está bastante carente. Quando fui fazer minha pesquisa procurando algo que atendesse as minhas necessidades fiquei um pouco decepcionado de ver que existiam basicamente dois pólos; As cópias de Big Muffs e as cópias dos Fuzz Face. E agora? Como eu deveria fazer pra ir atrás do meu timbre?
Nessa época, a cerca de dois anos e meio atrás, eu já estava nos preparativos para fundar a Django Pedais e isso fez com que uma luz saltasse à minha frente. Essa necessidade me fez pular de cabeça no projeto para conceber o pedal que eu tanto procurava no mercado. (Para quem não sabe eu sou o engenheiro responsável pelos projetos da Django Pedais. Veja mais detalhes aqui)
O projeto e testes levaram cerca de 4 meses até que eu ficasse totalmente satisfeito com o resultado que eu buscava.
Parte 3 – Testando o Fuzz com o meu set e encontrando o meu som
Depois de pronto e satisfeito começou pra mim uma etapa que acredito que acontece com todo mundo que tem uma peça nova em seu setup. Foi aquela lua de mel com o novo pedal onde você testa ele com várias configurações diferentes, várias combinações com outros pedais e com as guitarras, descobrindo todas as nuances e combinações e achando o meu som, o meu timbre e a minha assinatura.
Hoje eu posso dizer que encontrei totalmente o timbre de Fuzz que eu procurava e além do mais o leque de possibilidade é certamente enorme uma vez que ele vai muito bem junto de um Overdrive, um delay e com vários outros efeitos. Vale a pena cada teste.
Além do mais, a resposta em cada amplificador costuma ser única e extremamente agradável. É incrível ver como um Fuzz empurrando um valvulado é capaz de levar qualquer guitarrista à loucura. É muito crunch, muito timbre e muito feeling.
Quer ter uma ideia de como essa criança soa? saca só
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Nessa hora você deve ta ai pensando “Mas é claro que você vai dizer que adora o Black Dog, você é o cara da Django, você projetou ele”. Eu realmente sou extremamente orgulhoso do resultado que o Black Dog se tornou, disso não tem como negar. Mas acima de tudo ele é resultado de uma busca intensa que fiz para satisfazer o que eu procurava em termos de timbre e tenho certeza de que ele é exatamente o que muitos guitarristas buscam hoje. Não é a toa que temos recebido tantos feedbacks empolgados a respeito desse Fuzz.
Mas acima de tudo eu quero ouvir de vocês:
Você usa um pedal de Fuzz? Qual pedal usa? Se não tem, qual a característica você busca?
Um abraço.