O que levar em consideração ao escolher um pedal de distorção?
Por Jorge Lopes. Tem dias que tudo que a gente quer é um pedal de distorção no máximo e muita música!

Se você assim como eu curte uma boa guitarra distorcida com aquele timbre rasgado então, certamente, você usa ou gostaria de usar um bom pedal de distorção pra casar com a distorção do seu amp, certo? Mas a gente sabe que encontrar o pedal perfeito para as nossas necessidades não é a mais fácil das tarefas e que nem sempre o que funciona bem para outros guitarristas vai funcionar exatamente igual no nosso caso.
Então como escolher uma boa distorção para o nosso set?
O primeiro passo importante é a gente definir exatamente quais pedais estão no escopo da nossa busca. O que exatamente caracteriza um pedal de distorção e como esse timbre costuma casar com o nosso set e o nosso timbre atual, certo? Então vamos colocar as coisas no lugar primeiro.
O que caracteriza um pedal de distorção?
Quando falamos de pedal de ganho, os overdrives são sempre a nossa primeira lembrança por serem os mais populares pedais até hoje. Aqui no Máquinas de Música nós já falamos de vários tipos de overdrive diferentes, em especial os Tube Screamer Like e os Marshall in a box e falamos também de maneira bem especial dos Overdrives de Base. Vale dar uma olhada em cada um desses posts pra você entender ainda mais a importância de cada tipo de overdrive no nosso set e no nosso timbre final de maneira geral. Tendo nos situado com relação ao principal efeito de ganho eu lanço a pergunta;
O que diferencia um pedal de distorção de um simples pedal de overdrive?
A resposta a essa pergunta será o nosso principal guia na escolha do pedal ideal de distorção para as nossas necessidades. Se você acompanhou os posts mencionados anteriormente, você pode ver que os pedais de drive consistem basicamente em trabalhar o sinal do seu instrumento dando a ele um ganho bem maior e colorindo com um leve crunch o timbre final, certo? São muito usados para empurrarem nossos amplificadores valvulados e conseguirmos ao fim um bom drive das válvulas.
E é exatamente onde terminam as capacidades do nosso overdrive que entra em campo as distorções.
Os pedais de distorção trazem normalmente ganhos de sinal maiores e clippagens mais agressivas, isso resulta em um som bem mais alterado do que o que temos com um overdrive. Essa é a ideia básica de um pedal de distorção. No entanto, assim como acontecem com vários outros efeitos, existem vários tipos diferentes de pedais de distorção no mercado para atender à necessidades diferentes em termos de timbre e é ai que entram as 3 dicas que eu tenho apra ajudar você a filtrar melhor a sua busca:
1 – Saber qual o tipo de Pedal de Distorção você busca e qual timbre quer alcançar:
No mercado atualmente, existem centenas de pedais de distorção diferentes que atendem aos mais diferentes e variados gostos. Você conseguirá encontrar desde distorções old school como bons pedais de Fuzz (que são as que eu uso, como ja mencionei aqui), como pedais voltados a te prover um High Gain nervoso, como no caso dos pedais que simulam amplificadores Mesa.
Nessa hora, pra te ajudar na escolha do melhor pedal para sua música eu sugiro que você sempre inicie as suas buscas dando uma olhada no timbre dos guitarristas que são as suas influências! Na minha opinião, iniciar a sua busca a partir daí vai lhe trazer resultados muito melhores do que simplesmente ir a um forum e perguntar qual é a melhor distorção, certo?

Por exemplo: Se você é um guitarrista que curte muito o timbre do Van Halen você ja tem um excelente ponto de partida e sabe que basicamente você procura um pedal de distorção que vai te ajudar a tirar um timbre de cabeçotes Marshall e Peavey saturados ao extremo! ( A Wampler tem o Pinnacle que faz um excelente trabalho nesse sentido).
2 – Conhecer os tipos de pedais de distorção disponíveis
Como já mencionei atualmente, existem muitos tipos de pedais de distorção no mercado atualmente que variam de timbre proposta.
A variade de pedais se concentra em algumas categorias especificas mas certamente não se limita a essas. Essas categorias nos ajudam a ter um norte para afunilarmos ainda mais a nossa pesquisa. Os mais comuns pedais de distorção atualmente podem ser agrupados nas seguintes categorias:
- Pedais de distorção clássicos: Nesse grupo eu colocaria pedais como o Boss DS1, o DS2 e outros pedais similares como o Jackhammer da Marshall que fica entre a distorção e o overdrive
- Pedais de Fuzz: Voltado ao timbre mais clássico encontram-se os Big Muffs, Fuzz Faces e o Black Dog (que eu uso 🙂 )
- Simuladores de amplificadores: Essa categoria é possívelmente a mais popular atualmente e pretende simular as distorções de amplificadores famosos. Alguns pedais dessa categoria são o Wampler Pinnacel, Wampler SLO, o MESA Throttlebox, entre outros.
3 – Conhecer o equipamento que você ja tem em mãos
Nenhum pedal, seja ele um pedal de distorção, overdrive, fuzz ou qualquer outro, te dará um timbre apenas de acordo com as características dele. É muito importante que a gente sempre tenha em mente que o nosso timbre é uma soma de cada pequena parte do nosso equipamento, certo?
Isso nos mostra a importância de sempre levarmos em conta todo o nosso equipamento quando estamos falando da escolha de um pedal de efeito. Então, sempre que estiver na caçada pelo seu próximo pedal de distorção, leve muito em conta a influência das várias partes dos eu set no timbre final que você procura. Principalmente quanto ao amplificador e a guitarra.
É muito importante que tenha em mente as limitações que cada parte do nosso equipamento possuem. Por exemplo: eu não recomendaria a ninguém que tente tocar algo ultra High Gain usando uma simples strato com captadores vintage. Trata-se de uma característica dessa guitarra com esse set de captadores, ou seja, ela foi feita para situações de baixo ganho e não o contrário e, tentar usá-la numa situação para a qual ela não foi projetada, usualmente não traz resultados muito satisfatórios. No entando, usar uma guitarra de corpo sólido com captadores ativos de alto ganho nos ajudará bastante para conseguirmos um puta timbre pesado.
Somado esse terceiro item, com os dois anteriores certamente nós teremos afunilado e bastante a nossa busca. O último passo é testar todos que conseguirmos (de preferência usando o nosso set!) e partir pra decisão.
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Sigam rigosamente esses três passos e garanto que ao final do terceiro vocês terão poucas e muito válidas opções para testarem e finalmente pegarem o seu próximo pedal de distorção!
Um abraço e toquem muito!
Jorge